Sempre que se fala na importância do uso do cinto de segurança, a ênfase é na sua importância para evitar lesões graves ou morte no caso de um acidente. Entretanto, o uso do cinto de segurança, por motorista e passageiros, pode ajudar a evitar um acidente.
Conforme lembra o Roberto Manzini, responsável pelo Centro de Pilotagem que leva seu nome, o cinto de segurança também faz parte da segurança ativa e não apenas passiva do veículo.
Para o piloto, o motorista tem que fazer parte do carro, com posicionamento ergonômico correto, e numa derrapagem ou manobra de emergência, o corpo pode se deslocar bruscamente, tirando as condições de dirigir com segurança. "Numa corrida de Fórmula 1, Rubens Barrichelo reclamou que não estava conseguindo dirigir porque um dos pontos, que segura o cinto de seis pontos, tinha se soltado."
Valdir Florenzo que é piloto, engenheiro mecânico e perito de acidentes, concorda e garante que seria impossível dirigir, na velocidade que os pilotos fazem atualmente, sem cinto de segurança.
Mas ele lembra também que o cinto de segurança deve ser usado por todos os ocupantes, já que, quando alguém não usa pode contribuir para que ocorra acidente. "Numa freada brusca, uma criança pode voar do banco de trás` e bater no
painel, pára-brisa ou até mesmo no motorista, tirando dele atenção ou condição de dirigir."
Numa curva fechada, qualquer pessoa percebe que o corpo quer ir para um lado e o veículo para outro. O cinto mantém o motorista preso ao banco e ajuda que continue dirigindo.
O Coordenador do SOS Estradas, Rodolfo Alberto Rizzotto, acha que é preciso enfatizar a importância do cinto para evitar acidente, inclusive para os passageiros. O que irá estimular o uso do cinto.
No entender de Marcelo Ribeiro Cesar, Supervisor de Engenharia de Produto da TRW, uma das maiores fabricantes de itens de segurança passiva e ativa, da indústria automobilística, falta cultura de segurança no Brasil. "Tem gente que dá mais importância às rodas de liga leve do que ao freio abs."
Mas no entender de Ribeiro a situação está mudando. "Não ocorre no ritmo que gostaríamos, mas está melhorando." Ele lembra que, quando tivermos mais pessoas preocupadas com a segurança, os itens de segurança serão mais baratos, pois aumentará a demanda.