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Iniciativa integra ações do mês em que se comemora o Dia Mundial contra a Raiva, celebrado em 28 de setembro O lema “Vacinar para Eliminar” marca as comemorações e alertas do Dia Mundial contra a Raiva, celebrado em 28 de setembro. Para integrar as ações e conscientizar a sociedade sobre a importância do tema, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS) lança a campanha ‘Você pode lidar com a raiva. Os animais, não’. As artes, nos formatos A4 para impressão e para compartilhar em redes sociais, estão disponíveis para download gratuito no link https://bit.ly/2lZDhIV. São oito peças que trazem informações fundamentais para entender como a doença se transmite em cada espécie, seus sintomas e formas de evitá-la. O conteúdo baseia-se em informações oficiais do Ministério da Saúde, Instituto de Pesquisa Veterinária Desidério Finamor e Instituto Pasteur, e destaca a importância de médicos veterinários e zootecnistas para a manutenção da saúde única. “Esses profissionais são fundamentais pela saúde animal, humana e ambiental, pois atuam para a manutenção do ambiente em que os animais vivem, na prevenção de doenças transmissíveis ao ser humano, as chamadas zoonoses, e também na garantia da qualidade dos produtos de origem animal que chegam à mesa das famílias”, destaca Lisandra Dornelles, presidente do CRMV-RS. Dados da Organização Panamericana da Saúde (Opas) revelam que a raiva é responsável por 60 mil mortes por ano no mundo e, na grande maioria dos casos, o cachorro é o transmissor. A vacinação dos animais – em especial cães e gatos – é a maneira ideal de controlar a doença e a única forma de interromper o ciclo de transmissão do vírus. Segundo a Opas, a ausência de raiva em caninos leva a uma eliminação quase total dos casos de raiva humana. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que cerca de 60% das doenças humanas são transmitidas por animais. Por isso, é de extrema importância o cuidado com o ambiente em que esses animais vivem, assim como a sua alimentação, saúde e sanidade. Sobre Saúde Única
Fonte: Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) Cartilha para download gratuito em https://bit.ly/2kmqZdz Campanha do CRMV-RS: ‘Você pode lidar com a raiva. Os animais, não’ 1 - O que é e como se transmite A raiva é um dos principais desafios da saúde única, que envolve a união indissociável entre a saúde animal, humana e ambiental. É uma doença que passa dos animais ao homem e vice-versa, e transmitida por um vírus mortal, existente na saliva do homem ou animal contaminado. Atinge o meio urbano, rural e também o silvestre, em função do avanço da presença humana em espaços nos quais só havia o ciclo silvestre ou pela retirada dessas espécies de seu habitat natural. O contágio ocorre por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura do animal infectado, quando o vírus penetra no organismo através da pele ou mucosas. Os transmissores são animais domésticos, em especial cães e gatos, animais de produção, como bovinos, equinos, suínos, caprinos, e animais silvestres, representados por raposas, guaxinins, primatas e, principalmente, morcegos. 2 - Sintomas Alguns sintomas são comuns entre todas as espécies de animais, como a dificuldade para engolir, salivação abundante, mudanças de comportamento e de hábitos alimentares, paralisia das patas traseiras. Humanos infectados apresentam mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, falta de apetite, dor de cabeça, náusea, dor de garganta, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Conforme a infecção da raiva progride, aparecem outras manifestações, como delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados e convulsões. Ao identificar qualquer um desses sinais, após ser agredido por um animal, procure um profissional da Medicina humana ou veterinária imediatamente. 3 – Tratamento A raiva é uma doença que pode ser transmitida por qualquer mamífero e quase sempre é fatal, uma vez que envolve o sistema nervoso central, levando tanto o homem como o animal a morte após curta evolução. No caso de agressão por parte de algum animal, deve-se procurar ajuda médica o mais rápido possível. Quanto ao ferimento, deve-se lavar abundantemente com água e sabão e aplicar produto antisséptico. O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico, que avaliará o caso indicando a aplicação de vacina e/ou soro. Nos casos de agressão por cães e gatos, quando possível, observar o animal para ver se ele manifesta doença ou morre. 4 – Prevenção As medidas de prevenção da raiva são simples e se resumem em: - vacinação periódica dos animais contra a raiva por profissionais habilitados. - não deixar o animal solto na rua e usar coleira/guia no cão ao sair. - preservação ambiental, evitando alteração aleatória de reservas naturais. - não criar animais silvestres ou tirá-los de seu habitat natural. - encaminhar o animal para exames, mesmo depois de sua morte. - manter o animal em observação quando ele agredir uma pessoa - notificar a existência de animais de rua aos órgãos de saúde do seu município. - informar a existência de morcegos de qualquer espécie aos órgãos de saúde do seu município. 5 – Humanos São necessários cuidados com alguém agredido por um animal, mesmo se ele estiver vacinado contra a raiva. - lavar imediatamente o ferimento com água e sabão. - procurar com urgência o Serviço de Saúde mais próximo. - deixar o animal em observação durante 10 dias, para identificar qualquer sinal indicativo da raiva. - alimentar e dar água ao animal normalmente, em um local seguro, para que não fuja ou ataque outras pessoas ou animais. - se o animal adoecer, morrer, desaparecer ou mudar de comportamento, o Serviço de Saúde da cidade deve ser comunicado. - nunca interromper o tratamento preventivo sem ordens médicas. - quando um animal apresentar comportamento diferente, mesmo que não tenha agredido ninguém, não o mate e procure o Serviço de Saúde. 6 – Animais Domésticos A raiva acomete principalmente cães e gatos, e os sinais da doença são muito semelhantes em ambas as espécies. Na fase inicial, os animais apresentam mudança de comportamento, escondem-se em locais escuros ou mostram uma agitação não normal. Após alguns dias, esses sintomas ficam acentuados, eles ficam mais agressivos, com tendência a morder objetos, outros animais e humanos, inclusive o seu tutor, além de morder a si mesmos. Apresentam salivação excessiva e gatos podem apresentar emagrecimento. A vacinação de cães e gatos é a melhor forma de prevenção! A transmissão da raiva por morcegos normalmente resulta na ocorrência de epidemias que podem dizimar um número considerável de animais. Por isso, é preciso redobrar os cuidados quando a doença é repassada por essa espécie. 7 – Animais de produção A raiva em bovinos, equinos, ovinos, caprinos e suínos é caracterizada por sintomas como dificuldade de deglutição, fezes secas e incoordenação motora. Muitos animais apresentam alteração de comportamento e ingestão de objetos estranhos. Os animais infectados tendem a se afastar do rebanho, apresentam as pupilas dilatadas e os pelos eriçados. É possível observar, também, lacrimejamento, catarro nasal e movimentos anormais das extremidades posteriores. Na raiva transmitida por morcegos hematófagos, o período de incubação é geralmente mais longo, com variação de Em suínos, a enfermidade inicia-se, geralmente, com sintomas de excitabilidade. Os animais se apresentam agressivos, a semelhança do que ocorre nos cães. 8 – Animais silvestres Animais silvestres como macacos, raposas, mão-pelada, gambás, roedores, quatis, gatos-do-mato podem ser contaminados pela raiva, tanto a transmitida por morcegos quanto a transmitida por animais domésticos não vacinados. Por isso, se você for mordido ou arranhado por algum destes animais, independentemente da espécie e gravidade do ferimento, lave com água e sabão e procure atendimento médico. Como se trata de uma doença de difícil controle e há impossibilidade de vacinação dos animais silvestres, é preciso cuidados redobrados em função da intervenção humana na natureza. Apesar de a captura e domesticação dessas espécies serem proibidas por lei, o contato entre espécies domésticas e silvestres provocado pela urbanização de áreas de mata traz risco de disseminação do vírus da raiva. Autor: Cristine Pires Fonte: Imprensa CRMV/RS |