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Artigo do Delegado de Polícia Cleiton Silvestre Munhoz de Freitas

Vivemos tempos muito difíceis. Como se não bastasse o desrespeito com a Polícia Civil com o parcelamento salarial e a incerteza nas questões funcionais, agora assistimos mais uma tentativa de enfraquecimento das ações que buscam a defesa da sociedade, seus direitos e garantias constitucionais.

A proposta titulada Lei de Abuso de Autoridade, com o pretexto de punição a eventuais descomedimentos, restringe a autoridade e prejudica a atuação independente da Polícia Civil e Militar, do Ministério Público e do Poder Judiciário. Com isso, rumando em franca oposição ao científico e minucioso trabalho de combate à corrupção e as organizações criminosas, enfrentamento ao tráfico e outros crimes que envolvem violência, pois torna as forças vulneráveis a processos e outras penalizações pelo exercício legítimo de suas atribuições. 

Para que a atividade investigativa e repressiva possa ser exercida em sua plenitude, em atenção aos anseios e interesses da sociedade, os responsáveis precisam ter serenidade, equilíbrio e, sobretudo, segurança de que o resultado de seus trabalhos, sujeitos a controles internos e externos, não implicará em represálias ou vinganças indevidas, que, com a aprovação do Projeto de Lei, passam a ganhar maior espaço e possibilidade. Ações policiais, saliento para quem só vê de longe, é um momento de alta tensão, que exige rápido raciocínio, preparo, sensatez e confiança na retaguarda institucional. Não tem espaço para receio ou insegurança funcional. É agir e agir.

Será que vivenciaremos o momento que impedirão o exercício da Polícia colocando, ainda mais, as forças de segurança na boca das armas, nas mãos dos foras da lei e a sociedade exposta a toda sorte?

Será que viveremos para assistir o colarinho branco criando medidas que beneficiarão criminosos e o aumento dos riscos de quem vive para servir e proteger?


Autor: O autor
Fonte: Camejo Estratégias em Comunicação

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