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Presidente da FCDL-RS apresentou o balanço do ano e as perspectivas para 2017, lembrando que a história de 2016 pode ser contada pelos aspectos da recessão e da esperança na recuperação

A história de 2016 pode ser contada de duas maneiras. O ano da recessão e o ano do início da recuperação do Brasil. Assim foi definido pelo presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul - FCDL-RS, Vitor Augusto Koch, o período de 12 meses que está se encerrando.

A afirmação foi feita durante entrevista coletiva na terça-feira (13/12) onde o dirigente apresentou o Relatório Econômico do balanço de 2016 e perspectivas para 2017 elaborado pela entidade associativa. O aspecto recessivo se faz presente na segunda queda anual consecutiva nas vendas do varejo gaúcho, um recuo de 9,6% na comparação com 2015. Os resultados apresentados nos dois últimos anos mostram que o consumo no Rio Grande do Sul caiu 21,5%, acumuladamente.

- Entendemos que 2016 foi um ano recessivo ao observarmos que os principais recuos no varejo gaúcho estão diretamente associados aos elevados juros que predominaram no ano. Neste aspecto, as vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, tiveram queda de 24,35% na comparação com 2015, vindo a seguir, a comercialização de veículos, com -21,63%. Os segmentos que conseguem vender seus produtos à vista, dependendo menos do crédito, registraram quedas mais moderadas, ou, eventualmente, crescimento, como os estabelecimentos farmacêuticos, por exemplo, que tiveram incremento de 0,42% - afirmou.

O ano que chega ao seu final também deve ter um recuo de 0,29% no número de estabelecimentos varejistas no estado. Eram 102.415 no ano passado e são 102.118 em 2016. O fechamento das lojas no Rio Grande do Sul esteve concentrado em 2015, quando a queda do número de estabelecimentos foi de 1,6%.

Em 2016 o varejo gaúcho tende a fechar com queda de aproximadamente 2,5 mil postos de trabalho. Este é um resultado bem mais ameno do que o ano anterior, quando 14,2 mil empregos deixaram de existir nas lojas. Já o total de salários pagos pelo varejo deve aumentar 6,37% em 2016. Como a inflação esperada para o ano é de 6,69%, isto representa uma queda real da remuneração média de 0,3%, resultado negativo mais brando que o registrado no último ano, quando houve redução de 3,9% da massa salarial real.

Para definir 2016 como o ano do início da recuperação, Vitor Augusto Koch lembrou que a partir do segundo semestre a negatividade das vendas do varejo gaúcho apresentou leve recuo, não estando descartada a possibilidade de que em dezembro a comercialização restrita, sem veículos e material de construção, já aponte resultados positivos.

- Desde maio deste ano a confiança do consumidor brasileiro iniciou uma rota de recuperação, que se mantém atualmente. Este quadro é convergente com a perspectiva de recuperação da vendas varejistas. Também observamos que os últimos meses de 2016 apresentam importante recuperação do emprego lojista no Rio Grande do Sul. Entre setembro e outubro tivemos um saldo positivo de 2.567 postos de trabalho no setor, exemplificando a recuperação da atividade setorial - destaca Vitor Augusto Koch.

De forma geral, o ano de 2016 não foi bom para o Rio Grande do Sul, com Produto Interno Bruto (PIB) estadual caindo 3,3% em relação a 2015. Além da queda de 9,6% para o comércio, a indústria teve recuo de 4,3%, a agricultura de 2,7% e o setor de serviços de 2,3%.

Já para o Brasil as projeções apontam recuo de 3,40% do PIB total e retração de 8,49% nas vendas do comércio varejista. Mesmo com o recuo dos últimos meses, a inflação de 2016 ainda deve ficar acima de patamares desejáveis, na casa de 6,77%. É natural que os preços se acelerem em dezembro. Mas a partir de janeiro de 2017 a tendência é que as variações inflacionárias se mantenham em patamares bem mais reduzidos.

- Analisando que 2016 foi um ano muito complicado nos aspectos político e econômico, tanto no Brasil quanto no Rio Grande do Sul, podemos avaliar que chegamos ao seu final com perspectivas um pouco melhores dá um alento para todos os segmentos da nossa economia, em especial o comércio varejista. A FCDL-RS defende menos impostos, mais investimentos em saúde, educação e segurança, promoção da livre iniciativa e gestão de qualidade com responsabilidade orçamentária dos governantes, como ações concretas para resgatar o nosso país e o nosso estado. É um clamor de toda a sociedade - enfatizou Vitor Augusto Koch.

Perspectivas para 2017

Para o próximo ano, a FCDL-RS projeta um cenário mais favorável no país, de acordo com Vitor Augusto Koch. Segundo o dirigente, como a economia em 2016 chegou ao "fundo do poço", os resultados em 2017 tendem a ser positivos.

- A desvalorização do Real, caso sustentada, vai aumentar a competitividade da exportação brasileira e a renda interna da conversão da moeda estrangeira em reais. A inflação tende a ser controlada e pode ocorrer a queda das taxas de juros, com a SELIC fechando 2017 entre 10% e 11% e viés continuado de redução. Também se projeta um crescimento entre 1% e 2,5% do PIB nacional e um incremento entre 1,5% e 3% das vendas do varejo - lembrou Vitor Augusto Koch.

As dificuldades para 2017, no aspecto nacional, podem estar centradas na possível elevação da carga fiscal pelo governo federal, por causa do rombo orçamentário da União nos últimos anos. A inadimplência ainda deve permanecer acima de patamares satisfatórios, dificultando o crédito para as pessoas físicas. Os juros do cheque especial e do rotativo dos cartões de crédito seguirão elevados.

As projeções para o Rio Grande do Sul apontam a boa perspectiva de crescimento da safra agrícola e o incremento das exportações, especialmente de proteína animal. A desvalorização do Real poderá aumentar a competitividade das exportações de calçados e de móveis gaúchos. O consumo no estado deverá consolidar lenta, mas firme recuperação em 2017.

O PIB gaúcho no próximo ano deve variar, para cima, entre 1,5% e 2,8%, e as vendas do varejo poderão sofrer incremento de 1,5% a 3,5%. A FCDL-RS entende que o governo estadual deve assumir uma política mais agressiva para atrair investimentos estratégicos.

As dificuldades projetadas para o estado em 2017 estão fixadas na questão das finanças públicas, que praticamente inviabilizam investimentos de parte do governo gaúcho. O ICMS de fronteira e a substituição tributária, se tiverem uma solução operante e definitiva continuaram inibindo a circulação de mercadorias no Rio Grande do Sul.

Balanço do ano e Perspectivas para 2017

Clique no link abaixo e confira o material completo apresentado na entrevista coletiva.

https://drive.google.com/a/playpress.com.br/file/d/0B3kaX0WKeyQLSzhyMzZ2Z25zbHc/view?usp=sharing


Autor: César Moraes. Coordenação: Marcelo Matusiak
Fonte: Imprensa FCDL/RS

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