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Sucesso de público, mostra destaca-se pela ousadia de tratar de um período determinante para a história do País através de instrumentos não usuais

Na 6ª feira, 9, será inaugurada na Galeria Alberto da Veiga Guignard do Palácio das Artes de Belo Horizonte a exposição Mulheres reais – modas e modos no Rio de Dom João VI, que integrou o calendário de comemorações do bicentenário da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. Sucesso de público e amplamente divulgada na mídia impressa e televisiva, a exposição destacou-se por sua ousadia ao tratar de um período determinante para a história do país através de instrumentos não usuais.

De fato, Mulheres Reais – modas e modos no Rio de Dom João VI acrescenta uma leitura surpreendente sobre o período. Elegendo como recorte o mundo feminino e adotando o filtro das modas e dos modos, ela narra o encontro entre as duas realidades: a europeia representada pelas mulheres da realeza portuguesa – D. Maria I, Carlota Joaquina e D. Leopoldina – e a do mundo colonial, representada pelas mulheres brancas e escravas da realidade brasileira.

Uma vasta pesquisa histórica e iconográfica permitiu a construção de um acervo de 42 figurinos que suprem as lacunas de trajes que já não existem mais. Seis trajes e 12 acessórios vindos do Museu do Traje e da Moda, de Lisboa, e 15 joias de escravas pertencentes ao acervo do Museu Carlos Costa Pinto, de Salvador, integram o conteúdo museológico e representativo da exposição, ressaltando a nobreza e a dignidade de negras e brancas de dois séculos atrás, compondo, juntamente com os figurinos e recriações, um quadro que permite descobrir as mulheres reais através de lentes que transcendem o estereótipo e a anedota, e captam a riqueza das mulheres da época. Nessa exposição, a moda mostra-se como forte instrumento de relato que diz respeito à vida das pessoas de todas as faixas sociais e etárias e que o museu é também o seu lugar.


Autor: Ângela Azevedo
Fonte: Noir Comunicação

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