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Cortes de orçamento e demissões na Emater podem ter agravado falta de assistência técnica a produtores gaúchos

As dificuldades impostas à Emater-RS, decorrentes da limitação orçamentária, ganha relevância e preocupa quando se analisa alguns dados mostrados pelo Censo Agropecuário de 2006, divulgado no último dia 30/09 pelo IBGE. O estudo mostra, entre outras coisas, que o Estado lidera o indesejável ranking nacional em uso de agrotóxicos, e que mais de um terço dos estabelecimentos pesquisados não recebeu qualquer tipo de orientação no manuseio destas substâncias.

Para o presidente do Sindicato dos Engenheiros no RS (Senge), José Luiz Azambuja, a situação é muito grave. “O uso de agrotóxicos sem assistência técnica representa possibilidades de intoxicação para quem aplica os produtos, para o meio ambiente e para quem consome produtos agrícolas, que poderão estar contaminados pela inobservância de períodos de carência e pelo uso de produtos não recomendados”, alerta.

Azambuja também acredita que o cenário de 2009 possa estar ainda pior do que o apontado no levantamento divulgado pelo IBGE, cujos dados são de 2006. Naquele ano, a Emater-RS ainda não havia sofrido cortes de orçamento, que determinaram, em 2007, a demissão de mais de 400 funcionários, em sua maioria técnicos de campo, entre eles quase cem engenheiros agrônomos.

De lá para cá, o Senge-RS, junto com outras entidades do setor, tem concentrado esforços para tentar a recomposição dos recursos destinados para a Emater-RS pelo governo estadual, bem como a dotação de recursos por parte do governo federal. O intuito é que a empresa possa contratar e reestruturar seus quadros, especialmente com profissionais de formação universitária. “Neste ano, mais uma vez, o orçamento enviado pelo Executivo e aprovado na Assembléia Legislativa para execução do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) é semelhante ao dos anos anteriores, o que significa que as dificuldades tendem a continuar”, lamenta Azambuja.

O Censo Agropecuário do IBGE revela que mais de 273,8 mil estabelecimentos rurais usaram agrotóxicos em 2006 no Rio Grande do Sul, contra 202,7 mil do Paraná e 124,2 mil de Santa Catarina, segundo e terceiro colocados respectivamente no ranking.


Autor: Fernando Antunes
Fonte: Comunicação Senge-RS

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