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EUA proíbem o uso de formol no alisamento dos cabelos mas, apesar dos alertas, no Brasil, a prática continua disseminada Uma decisão do United States Food and Drug Administration (FDA), órgão que regula o mercado de cosméticos americano e é referência para agências semelhantes em todo o mundo, reacendeu a polêmica em torno das escovas progressivas feitas à base de formol. Em carta de alerta publicada no final de agosto, o órgão classificou o Brazilian Blowout – que, apesar do nome, não é brasileiro e promete manter os cabelos lisos por até 12 semanas – como um produto perigoso à saúde por conter até 10,4% de formol na fórmula. O índice permitido por lei é de 0,2%. Usar ou aplicar produtos com essa concentração pode trazer uma série de consequências danosas para a saúde. “E destrói o cabelo”, afirma Sérgio G., cabeleireiro do Studio W., em São Paulo.
“Prefiro meu cabelo morto e quietinho no lugar do que vivo e voando por aí”, admite a administradora de empresas Marísia Amaro, 39 anos. Antes da escova, que irrita os olhos e exige o uso constante de um ventilador durante a aplicação, Marísia gastava 40 minutos no salão, três vezes por semana, para alisar os fios rebeldes com secador e escova. Mas o que mais se faz hoje não é a progressiva, mas a escova instantânea. Nela, a cliente impaciente sacrifica a segurança usando produtos com até 10% de formol para ter um cabelo liso de uma vez. Com químicas que respeitam a concentração máxima de 0,2%, o resultado só é atingido depois de algumas sessões intercaladas por meses de cabelo instável. “É uma pressa perigosa”, diz Sérgio G. “Não compensa, não fazemos e não indicamos a ninguém”, sentencia, fazendo eco a outros três grandes salões do eixo Rio de Janeiro-São Paulo ouvidos por ISTOÉ. Autor: João Loes Fonte: ISTOÉ Independente |