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“Brasil tem estrutura para não ser assolado pela crise européia”, argumentam especialistas na ACSP
   
     
 


27/05/2010

“Brasil tem estrutura para não ser assolado pela crise européia”, argumentam especialistas na ACSP
País não sofrerá os piores efeitos do cenário econômico mundial, porém, sua falta de planejamento a médio e longo prazo pode impactar no crescimento, apontam economistas

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) promoveu, na segunda-feira (24/05), em sua sede no Centro de São Paulo, mais um seminário “Perspectivas da Economia”, apresentando especialistas como Gustavo Loyola, Ulisses Gamboa e Marcel Solimeo.
 
O presidente da ACSP e FACESP, Alencar Burti, abriu o evento, comentando sobre os prognósticos que os especialistas estavam prestes a dar, sobre a crise européia. “Em tempos de crise, ou vamos muito mal, ou conseguimos nos blindar”, comentou.
 
“A crise que atualmente assola a Grécia também se arrastou à Espanha, Portugal, Itália e Irlanda. Esses países respondem por 30% do PIB da União Européia, daí a preocupação em escala global”, aponta o economista, sócio da Tendências Consultoria e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola.
 
De acordo com Loyola, o elevado “default” (a possibilidade de dar calote na dívida) é outro fator que volta as preocupações do mercado mundial à Europa. “Com isso, a Alemanha, que apresenta uma das políticas fiscais mais austeras da Europa, é que será uma das responsáveis por reerguer a Grécia. E deverá fazer isso pelo bem da comunidade européia, caso contrário eles também serão impactados pela crise”, alerta Loyola acrescentando a improbabilidade da Grécia sair da zona do Euro: “para o país, o custo político é muito alto, o que inviabiliza essa possibilidade”, pondera.
 
Para o especialista, mais uma vez serão os países emergentes que sustentarão o cenário de crise, mantendo o ritmo forte de crescimento. Dentro dessa conjuntura, Loyola comenta a situação do Brasil: “O País está mais resistente a crises: contamos com um sistema financeiro mais sólido, menos exposto às ondas de turbulência da economia mundial”. Segundo o economista, essa solidez é sustentada pelo seguinte tripé: “O câmbio flutuante absorve os choques externos, enquanto o Banco Central autônomo mantém as metas de inflação e, por fim, o regime fiscal robusto ajuda a gerar superávit primário”, aponta.
 
Quanto às perspectivas para 2010, o especialista aposta nos seguintes números: PIB crescendo a 6,5%, massa salarial a 5,6%, produção industrial a 11%, vendas no varejo a 9,7%, crédito a pessoa física a 11% e a pessoa jurídica a 8%. “A inflação ficará acima da meta de 4,5%, porém ainda dentro da banda de tolerância”, comenta.
 
“Hoje o Brasil tem capacidade de crescer mais do que na década passada e estamos indiscutivelmente mais preparados para enfrentar turbulências externas. Contudo, ainda estamos muito atrasados em termos de reformas, além de contarmos com um sistema tributário ineficiente e uma reinserção do Estado nas questões empresariais”, finalizou Loyola.
 
Na sequência, o economista da ACSP e professor da USP, Ulisses Gamboa, apresentou mais perspectivas do cenário econômico nacional, destacando a retomada do emprego nas áreas de comércio e serviço. “São os setores que empregam majoritariamente trabalhadores das classes D e E, o que contribui diretamente para o aumento do poder aquisitivo desse extrato social”, indica.
 
Para 2010, Gamboa aposta na geração de empregos formais em todos os setores – inclusive na indústria, que amargou grandes perdas durante a crise econômica. “A perspectiva é que geremos 2 milhões de empregos até o final de 2010”, prospectou o economista.
 
Assim como previsto por Gustavo Loyola, Gamboa também apostou na alta da inflação (segundo o especialista, 5,5% em 2010 e 4,8% em 2011) como consequência do excesso de consumo. “O aumento na Taxa Selic está sendo importante para reter a inflação, evitando que haja uma bolha de consumo”, pondera.
 
De acordo com o economista, os fatores de expansão para o Brasil são: crescimento do consumo das famílias, recuperação do investimento produtivo e crescimento do gasto público. “Por outro lado, nossos fatores de risco são: crescimento, embora limitado, da inflação; menor solvência fiscal, desvalorização das contas externas e do câmbio”, finalizou.
 
Após Gamboa, o economista-chefe e superintendente institucional da ACSP, Marcel Solimeo, apresentou os impactos da economia no cenário nacional de crédito e inadimplência. Dentre os fatores que impulsionarão a expansão no crédito para 2010, o especialista aposta na combinação juros menores e prazos mais longos, o que diminui o valor das prestações. “Além disso, contamos com a disseminação dos créditos com garantia, especialmente, para veículos e consignado”, aposta o executivo.
 
Apesar do cenário de crescimento, Solimeo alerta sobre a ilusão de lidar com números recordes. “Fala-se muito em crescimento chinês, mas ao mesmo tempo esquece-se daquilo que foi perdido. Ou seja, estamos crescendo sim, mas sob percentuais modestos”, defende.
 
Sobre a explosão do crédito no Brasil, Solimeo comenta o fato do País estar vivenciando um aumento de demanda mais de acordo com o crescimento da renda. “Além disso, a inadimplência está em queda e deverá manter-se assim. Afinal, o desemprego, que é considerado a principal causa de débitos não-quitados, está sob controle”, comentou o economista.
 
Para 2010, o executivo aposta em um cenário favorável até dezembro. “Provavelmente veremos em 2011 os impactos da alta da Selic e da inadimplência”, alertou.
 
Retomando as afirmações de Gustavo Loyola e Ulisses Gamboa, Marcel Solimeo também comentou sobre a necessidade de planejamentos a médio e longo prazo na economia brasileira. “Estamos e estaremos bem em curto prazo, porém, é vital e necessário que haja o planejamento para médio e longo prazo”, finalizou o economista.

Fonte: Tamer
Autor: Comunicação
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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