A sustentabilidade das organizações do terceiro setor esteve em debate nesta quarta-feira, dia 25 de setembro, no 2º Fórum Sesc de Impacto Social. Realizado no Teatro do Sesc Centro, em Porto Alegre, o evento reuniu gestores, colaboradores e funcionários de entidades sociais, empresas e fundações com o objetivo de alavancar o desenvolvimento por meio da mobilização de recursos, inovação e, com isso, aumentar o impacto social. A abertura contou com a presença do gerente do Sesc Comunidade, Eduardo Danilo Schmitz; e da secretária de Trabalho e Assistência Social do RS, Regina Becker, que destacou a relevância do terceiro setor para atender as carências educacionais, esportivas, assistenciais e culturais, além da participação na economia e na empregabilidade em níveis estadual e nacional. 

Durante a manhã, o coordenador de Captação Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), Luís Fernando Donadio, ressaltou a importância de pensar em ações a longo prazo: “Recurso vem com investimento, planejamento e paciência. Não existe resultado expressivo em um ano”. Donadio também trouxe, a partir da sua experiência de 20 anos de mercado, diferentes possibilidades de captação de recursos, bem como possibilidades de parcerias. “As instituições devem buscar conexões que façam sentido para os dois lados, apenas dessa forma será possível ter longevidade nas relações”, disse ao complementar que para conservá-las também é essencial mostrar resultados. De acordo com ele, estabelecer redes para a criação de ações conjuntas é uma das alternativas que merecem esforço.

Neste contexto, o consultor em Desenvolvimento Institucional Domingos Armani também destacou a importância da união das entidades sociais para conquistas comuns e para passar pelo atual momento político e econômico. De acordo com Armani, essa é uma oportunidade para repensar os projetos, se reinventar e rever possibilidades. “Houve uma queda muito expressiva nos investimentos dos poderes públicos em projetos sociais. Então o grande desafio é avançar neste cenário, quando até mesmo o diálogo com a sociedade é mais difícil pelos posicionamentos polarizados”, afirma. Dessa forma, o consultor abordou a importância do desenvolvimento das instituições além do planejamento, com organização interna e externa, a partir da mudança de cultura organizacional. 

Um painel também abordou, de forma prática, a visão de instituições financiadoras privadas e públicas, bem como as experiências de organizações sociais. Assim, Amaralina Xavier, responsável pela gestão de projetos da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho; Roberta Motta, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Porto Alegre; Liege Biasotto, produtora executiva de projetos do Centro São José; e Marco Antonio Perottoni, presidente do Conselho de Administração da Casa do Menino Jesus de Praga; com a mediação de Ana Lucia Maciel, professora de Serviço Social da PUCRS; conversaram sobre a importância da comunicação para fortalecer a relação com a sociedade e prestar contas dos trabalhos realizados. Além disso, trataram sobre trabalhar a gestão, inovação e profissionalização das organizações a fim de ter controle das finanças para buscar diferentes fontes de recursos. O evento também contou com uma apresentação de crianças do grupo Flauta Mágica, do projeto Ouviravida que aprendem música por meio do Centro São José.

Sobre o Sesc/RS – Com sete décadas de atuação no Brasil e no Rio Grande do Sul, a Instituição pertencente ao Sistema Fecomércio-RS realiza ações em 100% dos municípios gaúchos, promovendo o bem-estar social de trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e de toda a comunidade. O propósito do Sesc/RS é o de cuidar, emocionar e fazer pessoas felizes, e todas as 497 cidades gaúchas recebem atividades sistemáticas em áreas como a saúde, esporte, lazer, cultura, cidadania, turismo e educação. Atualmente, a estrutura da Instituição conta com 70 Unidades Operacionais Sesc. Saiba mais em www.sesc-rs.com.br.