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Morte de vereadora vira notícia, de pobre estatística
   
     
 


17/03/2018

Morte de vereadora vira notícia, de pobre estatística
Artigo de Bady Curi Neto, advogado fundador do Escritório Bady Curi Advocacia Empresarial, ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG)

A violência que assola o país não é novidade. O Rio de Janeiro, há décadas, vive em uma verdadeira guerra civil travada entre policiais e traficantes dos morros cariocas. Os dados da ferocidade, da selvageria, em nosso cotidiano são estarrecedores.

O Brasil está entre os vinte países mais violentos do mundo, segundo a Global Peace Index de 2017. O mesmo instituto apurou que das cinquentas cidades mais perigosas do planeta, 19 são brasileiras.

Entre os anos de 2011 e 2015, a violência matou mais pessoas no Brasil que, pasmem, a guerra da Síria. O nosso país tropical registrou, em média, 135 estupros por dia, e estes dados são considerados muito inferiores à realidade. Isso porque, nos crimes de abuso sexual, as vítimas, na maioria das vezes, por preconceito, por medo e por vergonha, preferem não comunicar o crime às autoridades competentes, guardando o seu sofrer para si. (Dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública do ano de 2016).

Outro dado estarrecedor, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cita que o número de assassinatos de mulheres chega a 4,8 para cada 100 mil. O Mapa da Violência de 2015 aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher.  Entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. A taxa de feminicídio (assassinato de mulheres em razão de seu sexo) em nosso país é a quinta maior do mundo.

A pequena amostra dos dados apontados demonstra, claramente, o verdadeiro terror que estamos submetidos e que infelizmente, acostumamos. O sangue que brota das estatísticas e das páginas policiais não nos comove, não porque nos tornamos insensíveis às dores alheias, mas porque passaram a ser corriqueiras de nosso cotidiano.

Este mês, morreram assassinados a vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes.

A imprensa toda se mobilizou para comentar o assassinato da vereadora. Políticos de diversos partidos, Ministros da Suprema Corte, artistas, como Elza Soares, Caetano Veloso entre outros também se pronunciaram. A ex-presidente Dilma Rousseff, em um espetáculo à parte, em sua “incontinência verbal”, em que não pensa para falar, no Fórum Social Mundial, chegou a dizer que o assassinato “faz parte do golpe que desencadeado no Brasil em 2016. (...) Porque o golpe não é um ato, é um processo...”.

Será que não seria a hora de fazermos a mesma mobilização pela morte de tantos brasileiros, mulheres e homens, anônimos assassinados diariamente? Será que a importância da morte se dá pelo cargo e não pelo ser humano? Será que não seria a hora de revermos a visão distorcida dos direitos humanos no Brasil, que defende o bandido e não a vítima? Será que não seria a hora de defendermos uma atuação da Policia Militar mais rígida? Será que não seria hora de defendermos uma intervenção federal na segurança dos Estados?

A vereadora assassinada pensava que não. Ela era uma conhecida defensora dos direitos humanos, contra a intervenção federal no Rio de Janeiro, atacava a atuação da Polícia Militar, favorável a liberação das drogas, apoiava a invasão do Movimento dos Sem-Terra (MST), como ocorrera no parque gráfico do Globo, dizendo ser isto forma de defesa da democracia.

Com a palavra, o leitor!

Fonte: Rose Leoni
Autor: O autor
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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