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Sueco inventor da câmera IP visita o Brasil
   
     
 


05/11/2009

Sueco inventor da câmera IP visita o Brasil
Engenheiro Martin Gren lançou o primeiro modelo da categoria, a Axis 200, em 1996

O invento do sueco Martin Gren, 47, está para o mercado de monitoramento por vídeo assim como o DVD esteve para o universo do VHS. Gren é o criador das câmeras IP, projetadas para transmitir imagens via rede e desbancar os modelos analógicos – algo que deve acontecer no Brasil antes até que nos Estados Unidos, segundo a consultoria norte-americana IMS Research. Para conhecer de perto esse mercado tão promissor, o cientista visita São Paulo e Rio de Janeiro entre 1º e 8 deste mês.

“Numa época em que tudo está se digitalizando, encontramos um mercado que ainda era completamente analógico. Era óbvio que mais dia ou menos dia, as câmeras de monitoramento iriam se tornar digitais. Resolvemos correr e ser os primeiros a fazer isso”, conta Gren, que em 1984 fundou a Axis Communications, fabricante das câmeras, na Suécia.

Em 1996, quando a internet ainda engatinhava, Gren e sua equipe escolheram os navegadores web como a plataforma padrão para visualizar as imagens. E aposta deu certo: a Axis 200, a primeira câmera IP lançada no mundo, ditou os passos que toda a concorrência viria a trilhar mais tarde, ao embutir nos aparelhos um mini-servidor Web que permite assistir às imagens ao vivo de qualquer lugar do mundo.

Para manter a liderança em um mercado que ajudou a criar – a Axis tem, de longe, o maior market share de câmeras de rede no mundo, com fatia de 33,5%, segundo a IMS Research – Gren aposta numa fórmula simples, mas eficiente: desenvolvimento e pesquisa. “Investimos 15% de nossos ganhos em pesquisa”, conta Gren.

Mercado

Com crescimento constante mesmo durante a crise, a empresa aposta em mercados emergentes para consolidar sua liderança em escala global. Em 2009, a Axis Communications abriu em São Paulo o escritório regional para a América do Sul. “Nos próximos anos, nossa meta é consolidar a liderança no mercado de vídeo na América do Sul”, diz a diretora da empresa para a região, Alessandra Faria.

Projeções do IMS Research apontam que o mercado de câmeras IP do Brasil terá, pelo menos até 2012, o crescimento mais acelerado de todo o continente americano. É aqui onde as câmeras IP se igualarão às analógicas primeiro, no fim de 2012, segundo o levantamento.

Na entrevista a seguir, Gren fala um pouco mais sobre a história das câmeras IP e adianta os próximos passos da Axis.

Por que você decidiu apostar em tecnologia IP para câmeras?

Martin Green: Tivemos a ideia de desenvolver uma câmera para redes e decodificadores de vídeo. E numa época em que tudo está se digitalizando, encontramos um mercado que ainda era completamente analógico, o das câmeras de segurança. Era óbvio que mais dia ou menos dia isso tudo iria se tornar digital. Resolvemos correr e ser os primeiros a desenvolver o produto. E sabíamos também que para a indústria já posicionada no mercado, como os fabricantes das câmeras analógicas, seria difícil liderar um processo de mudança tecnológica tão grande como esse.

Mas a Internet ainda não tinha toda essa força de hoje em dia…

MG: Depois de muitos testes, decidimos que os navegadores web seriam a plataforma padrão para visualizar as imagens. Tivemos então de descobrir como transportar esses dados digitais e apostamos nesse formato.

Quais desafios enfrentaram até chegar à primeira câmera?

MG: Inicialmente, foi a compressão de dados. Nossa primeira câmera fazia uma imagem D1 a cada 17 segundos. Era preciso quebrar a barreira de dos 30 fps (frames por segundo) para sermos atores sérios na indústria da vigilância. Levamos quatro anos de desenvolvimento para chegar lá!

Comparando a primeira câmera, criada há 13 anos, e as soluções modernas, quais são as principais mudanças tecnológicas?

MG: A primeira câmera era muito lenta e só servia para monitoramento remoto. Hoje temos uma ampla gama de câmeras IP, a maior do mercado, com padrão de qualidade de imagem superior e compatíveis com o formato HDTV.

O que levou a Axis a ser líder desse mercado?

MG: Tem a ver com a combinação de dois fatores: nossos produtos são inovadores e nos beneficiamos com uma mudança de paradigma, que não foi só um novo padrão tecnológico, mas também uma nova maneira de vender câmeras. Essa é a maior dificuldade para os incubadores nessa indústria.

Como é o trabalho de desenvolvimento?

MG: Investimos cerca de 15% de nossos lucros em desenvolvimento e pesquisa. O nosso time de desenvolvedores trabalha em Lund, na Suécia, e conta com a ajuda de um amplo canal de distribuição e com escritórios locais.

Como driblar as fabricantes asiáticas de baixíssimo custo?

MG: Investimos pesado no que é o nosso diferencial, que é a altíssima qualidade do processamento de imagens. Também tiramos vantagem da nossa posição de líder de mercado para incorporar os últimos lançamentos em sensores e lentes. Temos ainda uma rede eficiente de parceiros com fornecedores de aplicativos dando suporte às nossas câmeras. Num futuro próximo e previsível, acreditamos que a concorrência asiática vai ficar bem para trás, mas é claro que não podemos subestimá-los, ainda que, repito, a tecnologia deles não seja top de linha.

E como a Axis enfrentou a crise global?

MG: Mantivemos nossa posição de vanguarda e estamos caminhando rumo à liderança do mercado de câmeras por completo, que engloba as digitais e as analógicas.

Analistas de mercado sinalizam que as câmeras de rede vão se igualar às analógicas. Quanto a Axis contribui para esse cenário?

MG: Nossos principais esforços são exatamente para acelerar essa mudança de padrão no mercado. Temos o nosso Axis Academy, um programa de treinamento para educar o mercado, que acredito ser a nossa principal contribuição. Também estabelecemos o Onvif, que é um fórum aberto para estabelecer um novo standard para os equipamentos de monitoramento em rede. Com um standard comum compartilhado por diferentes players do mercado, a mudança de padrão vai ser muito mais rápida.

A Axis é a líder no mercado de câmeras de rede. Quais são os próximos desafios?

MG: A meta da Axis é ser a número 1 no mercado de vigilância por vídeo global. Mas não pensamos em lançar produtos analógicos. Teremos essa liderança graças à mudança de padrão que já está se estabelecendo e que vai reduzir muito a participação das câmeras analógicas no mercado.

Fonte: Capital Informação
Autor: Bruno Aragaki
Revisão e edição: Jaqueline Crestani

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