Lideranças de organizações públicas das esferas municipal, estadual e federal reuniram-se, hoje pela manhã, no Centro de Eventos da PUC, em Porto Alegre, no Fórum de Gestão Pública, que antecede o CONGREGARH 2009. O secretário de Planejamento da prefeitura de Porto Alegre, Clóvis Magalhães, o secretário da Justiça e Desenvolvimento Social do Estado do Rio Grande do Sul, Fernando Schuller e a Diretora de Gestão de Desempenho e Movimentação da Secretaria de Gestão de Pessoas do Tribunal de Contas da União, Cláudia Gonçalves, debateram a Meritocracia nos órgãos públicos.

 

Cláudia relatou algumas práticas de reconhecimento aos funcionários do Tribunal de Contas da União pelo desempenho alcançado. “Criamos o Pacto por Resultados, que consiste em aumento da motivação dos servidores, da produtividade e, para tanto, desenvolvemos três programas: Gestão de Desempenho; Reconhe-Ser e Especialista Sênior.”, destacou. A gestora salientou o programa Reconhe-Ser, em que o servidor acumula pontos, conforme a realização de uma avaliação individual de desempenho, realizada quadrimestralmente e, com o atingimento de um determinado número, recebe o reconhecimento do Tribunal.

 

Clovis Magalhães destacou o trabalho de Modernização da Gestão Pública que a prefeitura de Porto Alegre desenvolve desde 2005 e que tem o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) como parceiro neste processo. “Na prefeitura, cada um dos nossos Programas de Governo tem um gerente, que deve ser funcionário do quadro, e, para cada ação do Programa é designado um líder e sua respectiva equipe. Desta forma, o conhecimento é compartilhado, não havendo um dos maiores problemas dos órgãos públicos, que é a centralização do conhecimento” salientou. Clóvis disse ainda que, a cada 3 meses, é realizada reunião com os gerentes, onde é entregue troféu para o gestor com o melhor desempenho no período e também aquele cujo desempenho era baixo, teve uma forte recuperação.

 

Fernando Schuller destacou que as Organizações Sociais, entidades privadas sem fins lucrativos, devem ser o foco dos governantes. “Em São Paulo tem hospitais, o Museu do Futebol, a Pinacoteca e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, que recebem dinheiro do setor público, mas possuem modelo de gestão privado, ou seja, os funcionários que não apresentarem resultados são demitidos, ao contrário da área pública, onde os servidores ficam 30, 35 anos, muitas vezes sem produtividade, pois sabem que a legislação os protegem”, exemplificou. Schuller ainda lembrou o “absurdo” das licenças prêmio, que concede 3 meses de férias a cada 5 anos de trabalho do servidor público. “Durante 30 anos de trabalho, além das férias de 30 dias anuais, o servidor terá o direito, se acumular, a 18 meses de férias. Isso gera um custo de R$ 163 milhões aos cofres públicos por ano”, indignou-se.

 

O Fórum de Gestão Pública segue com a palestra do psicólogo e filósofo Carlos Linhares, sobre o jazz como metáfora de inovação na gestão pública. O encerramento do evento fica a cargo do intelectual colombiano Bernardo Toro, que às 16h45min, palestrará sobre “Organizações e Pessoas: responsabilidades compartilhadas para o crescimento”, dando início do CONGREGARH 2009.