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Haddad sob pressão
   
     
 


10/10/2009

Haddad sob pressão
Com um dos maiores orçamentos de Brasília, o ministro da Educação já foi uma das estrelas do governo, mas perde espaço com o escândalo do Enem

Folha Imagem
FERNANDO HADDAD: "O impacto desse ato de delinquência pode ser comparado ao assassinato de John Lennon ou de Kennedy

No início de setembro, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou orgulhoso que o Enem, o Exame Nacional do Ensino Médio, seria reformulado para permitir a comparação com anos anteriores e medir a evolução do ensino médio no País. Menos de um mês depois, o rosto abatido do ministro mostra que ele sabe o dano que o vazamento da prova que seria aplicada na semana passada causa à pasta que comanda.

"O impacto deste ato de delinquência pode ser comparado ao assassinato de John Lennon ou do presidente Kennedy. Foge completamente ao controle. E não se explica o porquê", afirmou o ministro. Apesar disso, ele disse que ficou evidente que o consórcio falhou nas medidas de segurança, na impressão e na distribuição das provas.

"Por isso, devemos ajuizar nos próximos dias uma ação indenizatória, com o objetivo de restituir ao Estado os recursos antecipados." Até agora, o governo pagou ao consórcio Connasel R$ 38 milhões, um terço do contrato de R$ 116,9 milhões - e uma segunda prova vai custar, no mínimo, mais R$ 30 milhões.

Mas o prejuízo vai muito além dos novos custos de impressão e distribuição das provas. O episódio provocou mudanças na data de exames de vestibulares, concursos públicos federais e até no início do ano letivo de algumas universidades

4 milhões de estudantes foram prejudicados. Uma nova prova custará R$ 30 milhões

O resultado do Enem seria utilizado como única forma de seleção em 24 das 55 universidades federais brasileiras. No total, 68 universidades têm convênio com o Ministério da Educação para usar o exame na seleção de alunos. Algumas já desistiram, como a Fuvest, responsável pelo vestibular na Universidade de São Paulo, e a Unicamp.

Alegaram que a nova data do exame, 5 e 6 de dezembro, inviabiliza a inclusão da nota a tempo. Outras 16 universidades mudaram o dia de seus vestibulares para não coincidir com a nova data do Enem. Também foram adiados os concursos para vagas no IBGE, Iphan e Receita.

Vitor Silva/CPDoc JB/Folhapress
protesto nas ruas: estudantes de todo o País organizaram manifestações contra a fragilidade do Enem

Pego de surpresa com a fragilidade na segurança oferecida pela Connasel, consórcio formado pelas empresas Consultec (BA), Funrio (RJ) e Instituto Cetro (SP), o ministro Fernando Haddad quer agora abolir a concorrência pelo menor preço para a escolha da empresa que aplicará o exame nos próximos anos.

"O Enem não deve ser licitado. Temos que contratar empresas de excelência e a licitação não é o melhor instrumento para isso", afirmou ele. Haddad vai levar a argumentação ao Tribunal de Contas da União (TC U) e à Controladoria Geral da União (CGU), responsáveis pela fiscalização dos gastos públicos.

O exame será assumido pela Cesgranrio e Cespe, num contrato emergencial. As duas organizações haviam desistido da licitação deste ano por considerar o prazo para correção da prova insuficiente. Agora, será formada uma força-tarefa para corrigir a redação, a mais demorada. Apesar do prejuízo com o cancelamento da prova deste mês, o uso que os vestibulares tradicionais têm feito do Enem para o ingresso nas universidades está mexendo com o mercado de cursinhos preparatórios.

Eles já vinham perdendo espaço nos últimos anos, com as mudanças no estilo das provas, que privilegiam o raciocínio em vez da memorização. Com o fortalecimento do Enem, eles passaram a oferecer um treinamento mais direcionado a este tipo de prova.

"A tendência é a consolidação dos vestibulares, seleção para o ProUni e prova de supletivo na prova do Enem", disse o diretor de Operações da Microlins, Daniel Guedes. Apesar dos percalços, ele elogia o exame. "Ele privilegia a aplicação do conhecimento, e não a decoreba", afirma. 

Fonte: ISTOÉ Dinheiro
Autor: Denize Bacoccina
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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