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O otimismo do Brasil que produz
   
     
 


01/01/2012

O otimismo do Brasil que produz
Pesquisa exclusiva da consultoria Robert Half para a revista Dinheiro mostra o que pensam os empresários brasileiros sobre 2012

A consultoria americana de tecnologia Accenture contratou três mil funcionários em 2011, atingindo um quadro de nove mil profissionais no País. Pergunte, então, a Roger Ingold, seu presidente, se os planos são de tirar o pé do acelerador em 2012. Nada disso. “Temos um projeto agressivo”, afirma o executivo. “Devemos contratar mais 1,5 mil pessoas neste ano.” Ingold está longe de ser uma exceção. O Brasil que produz está muito, muito otimista. Isso é o que demonstra pesquisa exclusiva realizada pela empresa americana de recrutamento e seleção Robert Half para a DINHEIRO. Foram ouvidos, no fim do ano, 155 empresários e executivos de 128 empresas, que abrangem os setores bancário, de seguros, de telecomunicações, automobilístico, petróleo e gás, de bens de capital e de construção civil. Desse universo, 32% das empresas faturam mais de R$ 1 bilhão. O resultado da pesquisa comprova que o Brasil é o país das oportunidades para 2012, tema deste especial da DINHEIRO.

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Se a crise internacional é a maior preocupação, o mercado interno é o principal vetor de confiança corporativo. “A razão para o otimismo são o crescimento da economia, a expansão do crédito, a perspectiva de queda dos juros e a continuidade de inserção da classe C no mercado consumidor”, afirma Fernando Mantovani, diretor de operações da Robert Half. Confira as principais conclusões do estudo:
 
- 86% dos entrevistados dizem que o desempenho de suas empresas em 2012 será melhor ou muito melhor do que em 2011.
 
- 93% delas vão investir mais ou o mesmo que em 2011.
 
- O investimento em tecnologia, segundo 72% das respostas, vai ajudá-las a crescer.
 
- Quase a metade dos que responderam à pesquisa espera um crescimento da economia.
 
- 80% querem contratar mais ou o mesmo que em 2011.
 
- A maior dificuldade a ser enfrentada é a escassez de mão de obra qualificada.
 
 
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Ingold, da Accenture: após contratar 3 mil funcionários, a consultoria ainda
tem 1,5 mil vagas para serem ocupadas.

O otimismo dos empresários brasileiros foi reforçado, na segunda-feira 26, com a notícia de que o Brasil ultrapassou o Reino Unido e se transformou na sexta economia mundial, segundo a consultoria Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês). O PIB brasileiro superou o britânico em cerca de US$ 37 bilhões. Entre as razões para a ascensão do Brasil, de acordo com o estudo, estão as exportações de produtos primários, como minérios, soja e petróleo, para a China e para o Sudeste Asiático, além do forte mercado interno, em razão do consumo da emergente classe média. “O Brasil tem batido os países europeus no futebol por um longo tempo, mas vencê-los na economia é um fenômeno novo”, comentou Douglas McWilliams, chefe-executivo do CEBR. A exportação de commodities é uma causa bem conhecida para o otimismo dos empresários, mas não é a única nem a principal.

Os entrevistados pela Robert Half apontam como as principais razões para confiar no País: o crescimento da economia, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada em 2016, os investimentos na exploração da camada do pré-sal brasileiro e uma solução para a crise internacional (confira a pesquisa completa no final da matéria). Veja o caso da americana Whirlpool. Dona das marcas de eletrodomésticos Brastemp e Consul e da fabricante de compressores Embraco, a Whirlpool se prepara para lançar 200 novos produtos em 2012. Trata-se do maior número de lançamentos da história da companhia no Brasil, que conta atualmente com 362 modelos diferentes no portfólio. “O índice de lares brasileiros com lavadoras de roupa é de apenas 49%”, diz José Drummond Jr., presidente da Whirlpool na América Latina. “Além disso, haverá muita troca de refrigeradores e fogões.” Por essa razão, a empresa deve investir R$ 480 milhões em 2012, o equivalente a 20% mais do que o ano anterior. “Investimos no Brasil em ano bom e em ano ruim também”, brinca o executivo.

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Curado, da Embraer: com céus menos turbulentos, a companhia vai investir mais em 2012.
Destaque para área de defesa.

É o que está fazendo a rede francesa de hotelaria Accor. “O Brasil tem sido um dos mercados-chave para nosso crescimento”, afirmou à DINHEIRO Christian Karaoglanian, diretor global de desenvolvimento da Accor, que esteve no Brasil no fim de dezembro, encerrando um giro de quase 30 dias pela América Latina em visitas às subsidiárias do grupo. No País, ele participou da assinatura de contratos para a construção de 25 novas unidades da recém-criada bandeira Íbis Budget, de categoria econômica. Trata-se de um investimento de R$ 200 milhões. A ideia é implantar aqui outros 75 empreendimentos do gênero nos próximos dois anos, de olho na leva de turistas que devem desembarcar até 2016 por conta da Copa e da Olimpíada. Segundo Karaoglanian, o único paralelo que pode ser traçado com o Brasil é o desenvolvimento experimentado pela empresa na Ásia, especialmente na China. “Temos uma posição totalmente consolidada na Europa e nossa única forma de ganhar escala é investindo nos países emergentes.”
 
Mesmo em setores que sofrem com a retração econômica mundial, como é o caso da aviação, os céus parecem menos turbulentos. Após viver um período difícil, por conta da queda de encomendas, especialmente de clientes dos Estados Unidos e da Europa, a Embraer está retomando a rota do crescimento. Em 2011, a empresa de São José dos Campos deve faturar US$ 5,7 bilhões, 5% a mais do que no ano anterior. “Os ciclos na aviação são longos e é preciso estar preparado para os momentos de crescimento da demanda”, disse à DINHEIRO Frederico Curado, presidente da Embraer. De acordo com o executivo, os investimentos para 2012 deverão ser maiores do que os US$ 450 milhões gastos em 2011. Uma parte desse desembolso será destinada ao desenvolvimento do modelo KC-390, uma aeronave militar. O projeto, que conta com a participação de Portugal, República Tcheca, Argentina, Chile e Colômbia, surge para brigar com o americano Hércules. A recém-criada divisão de defesa também ajudou a Embraer a atravessar melhor o período de crise iniciado em 2008.
 
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Drummond Jr., da Whirlpool: a fabricante promete lançar 200 novos
produtos em 2012,recorde na história da companhia.

As vendas da área representam 10% de sua receita global e a expectativa é ampliar para 15% essa fatia nos próximos três anos. Em decorrência das perspectivas de crescimento da economia brasileira, a Whirlpool contratou 1,1 mil empregados temporários. A ideia é dar conta da demanda nos três primeiros meses de 2012, período em que vigora a redução do IPI para eletrodomésticos. A Accenture, por sua vez, está adotando uma medida extrema para manter seu ritmo de crescimento. “Estamos olhando profissionais de outros países”, afirma Ingold, o presidente da consultoria. “O nível de expectativa com o Brasil é muito alto.” Em seu quadro de funcionários, pelo menos 30 foram importados pela empresa. Segundo Mantovani, da Robert Half, o Brasil é visto como um oásis para os trabalhadores qualificados dos países em crise. “Na Europa e nos Estados Unidos, os gerentes e executivos precisam garimpar oportunidades, mas no Brasil há pouca gente disponível para aproveitar todas elas.”
 
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Colaboraram Rosenildo Gomes Ferreira e Marcio Orsolini

Fonte: ISTOÉ Dinheiro
Autor: Cláudio Gradilone e Ralphe Manzoni Jr.
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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