A crise internacional, que restringe investimentos no continente europeu e nos EUA, favorece, por outro lado, a economia interna, como o setor de telecomunicações, que verá aumentar a concentração dos aportes das controladoras estrangeiras em suas operações brasileiras.
A GVT, do grupo francês Vivendi, apresentou maior receita no terceiro trimestre deste ano, e estuda a viabilidade de implantar um cabo de dados submarino para conectar o Brasil aos EUA, de olho no aumento do tráfego de dados. A meta é investir R$ 10 bilhões na expansão de sua rede no País até 2016.
"Existe uma demanda grande de tráfego de dados entre os dois países", diz Carlos Alberto Nunes, executivo da GVT. Já a norte-americana Nextel aportará parte dos R$ 5,5 bilhões, até 2015, no aumento da capilaridade de sua rede 3G. Ao virar uma operadora-padrão, a Nextel será mais uma concorrente forte, e a Telefônica/Vivo (espanhola) rebate a estratégia ao anunciar a entrada nos serviços de radiofrequência - o forte da Nextel. Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica, anunciou que a empresa elevou o plano de investimento até 2014 em 52%, ante o ciclo anterior: serão R$ 24,3 bilhões.
Em visita ao Brasil semana passada, Antonio Tajani, da comissão de representantes da União Europeia, elencou ainda "os setores automotivo, turístico, de moda e luxo, agroindustrial e bancário", como apostas dos europeus no País, fora a área de telecomunicações.