O número de famílias paulistanas endividadas, com contas em atraso e sem condições de pagar os débitos é maior entre aquelas com renda de até dez salários mínimos. Em setembro, 43% delas afirmaram que não poderão honrar com o pagamento parcial ou total dos débitos no próximo mês.
Segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) nesta quinta-feira (3), 28,1% dos entrevistados que recebem até dez mínimos disseram que vão pagar parte do débito e outros 22,6% deverão pagá-lo integralmente.
Considerando as famílias com as contas em atraso e que ganham mais de dez mínimos, 10% conseguirão honrar totalmente seus compromissos, enquanto 50% disseram que vão quitá-los parcialmente. Já 40% não terão condições de pagar nada.
Do total de endividados inadimplentes, considerando todas as faixas de renda, 42,9% disseram que não terão condições de pagar as dívidas no próximo mês, outros 29% conseguirão pagar parte delas e 22,1% afirmaram que arcarão totalmente com os débitos.
Endividados
A pesquisa mostra que, do total entrevistados, 12,2% disseram que estão muito endividados. Esse percentual é maior entre os que recebem até dez salários mínimos (12,9%) do que entre as famílias com renda superior a esse patamar (8%).
De modo geral, 16,5% dos entrevistados estão mais ou menos endividados e 14,3% estão pouco endividados. Em compensação, 55,2% das famílias não têm dívidas, sendo que, entre aquelas com renda de até dez salários mínimos, o número cai para 52,8% e, entre aquelas com renda superior a dez mínimos, sobe para 68,6%.
Cartão de crédito lidera
Analisando os tipos de dívida, de maneira geral, o cartão de crédito lidera, com 72,4% das respostas, seguido por carnês, com 24,6%, e crédito pessoal, com 14,7%.
Considerando as faixas de renda, novamente o cartão de crédito aparece no topo da lista, sendo o principal tipo de dívida de 72,9% das famílias que ganham até 10 salários mínimos e de 68,1% das que têm renda acima deste valor.
Já o financiamento de carro endivida mais as famílias que recebem acima de 10 mínimos (20,2%) dos que as que ganham abaixo disso (8,6%), situação inversa que ocorre com os carnês. Este tipo de dívida é mais comum para as famílias com ganhos até 10 mínimos (26,6%).