Se o consumidor brasileiro fosse hoje às compras e se deparasse, nos corredores dos supermercados, com caixas de leite com descontos de 18% e sacos de açúcar 32% mais baratos, sentiria um significativo alívio no bolso. Seria de grande ajuda para pais e mães de família que lutam para encaixar despesas como estas no orçamento do mês. Acredite, os percentuais citados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), representam o que há de impostos nos preços dos produtos, que fazem parte da cesta básica.

"É contraditório que o Governo discuta programas de erradicação da pobreza extrema, quando, por outro lado, aumenta consideravelmente os impostos sobre alimentos básicos", alertou Marduk Duarte, presidente da Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje), que promove, no próximo sábado (17), o Feirão do Imposto, evento com o objetivo de conscientizar consumidores em relação à alta carga tributária do País sobre produtos. Os estados de Goiás, Paraná e Santa Catarina recebem o Feirão.

Além dos alimentos, veículos e combustíveis também recebem destaque negativo da Conaje. Isto porque cerca de 33% do que o brasileiro paga por um carro popular corresponde a impostos cobrados pelo Governo, assim como 64,65% do valor de uma motocicleta. A gasolina e o álcool, usados para abastecer os veículos, possuem, respectivamente, 53,6% e 25,86% de tributos em seus preços no mercado nacional.

Os altos índices são resultado de um crescimento, nos últimos 10 anos, de aproximadamente 5% da carga tributária do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), saltando de 30,03% em 2000 para 35,04% no ano passado.

Impostômetro

O painel eletrônico instalado no centro de São Paulo, que mede a carga tributária brasileira, registrou ontem, pelo quarto ano consecutivo, a marca de R$ 1 trilhão de impostos pagos desde o início de 2011.

Tributo

20% é o percentual de carga tributária presente no preço de mercado do café, um dos produtos que compõem a cesta básica.