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Apenas o uso da força não resolve violência nas favelas
   
     
 


02/12/2010

Apenas o uso da força não resolve violência nas favelas
Para especialista, invasão é medida emergencial, não a solução definitiva no combate ao crime organizado

Apesar da retomada do Complexo do Alemão pelas autoridades do Rio de Janeiro, apenas a invasão aos morros não resolverá os problemas de segurança da cidade. O criminalista Antonio Gonçalves* explica que as comunidades não são dominadas pelos traficantes, mas sim pelo crime organizado, o que pode propiciar um aumento das milícias, uma vez que estes substituem o crime na tomada de decisões.“Apenas a invasão dos morros não vai trazer a paz para os moradores das favelas dominados pelo crime organizado. É necessário que o Estado tome as rédeas da situação, mas sem fazer o uso indiscriminado da força. A ratificação dos valores sociais é muito mais importante. O que estamos vendo é uma medida emergencial, porém, não a solução definitiva no combate ao crime organizado”.

Para o especialista, medidas emergenciais e força excessiva da polícia não bastam como o desenvolvimento de um "pacote de segurança", como uma resposta midiática. Para uma solução permanente dos conflitos no Rio de Janeiro, é necessário o Estado ter influência sobre a comunidade e restabelecer o Estado Democrático de Direito. “O Brasil vai desenvolver uma série de medidas de segurança, contudo, se não houver o procedimento, uma confluência das normas com o sistema processual já existente, não vai adiantar. Sem a harmonização do sistema legal, juntamente com uma efetiva política de segurança pública, não adiantará nada criar um novo pacote de segurança. Com isso, o uso da força, que deveria ser uma exceção, acabará se tornando regra”.
 
O especialista ainda alerta que a presença do exército e da polícia no Rio de Janeiro não chega a ser nenhuma novidade, o que falta, de fato, é o Estado desenvolver uma política de manutenção e estrutura pós - invasão, com criação de condições e de ratificação da dignidade da pessoa humana. "A força tarefa ignora a dignidade da pessoa humana, tanto da polícia quanto da população, as autoridades insistem em tratar da consequência, na qual, o crime organizado está como decorrência, todavia, não existe um pensamento de eliminar a causa", finaliza.
 
* Antonio Gonçalves é advogado criminalista, especialista em Direito Penal Internacional e o Combate ao terrorismo.

Fonte: AZ | Brasil
Autor: Fernanda Campos e Fernando Zeferin
Revisão e edição: Carlos Alexandre Machado

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