Um novo termo estampa as páginas dos jornais: superbactéria. O nome assusta, e traz à memória a recente epidemia da gripe A. Contudo, a população em geral não deve se preocupar, já que o maior problema em relação a esta bactéria resistente é a infecção hospitalar.
Segundo a Dra. Giorgia T orresini Ribeiro, infectologista, presidente do Departamento de Controle de Infecção Hospitalar da Associação Médica de Caxias do Sul (Amecs), a KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase) é o nome dado a uma enzima que pode ser produzida por bactérias que estão presentes no trato gastrointestinal.
A bactéria que produz essa enzima tem uma resistência maior aos antibióticos, podendo inativar alguns medicamentos. Por isso, é chamada de superbactéria ou bactéria multirresistente.
"O mau uso dos antibióticos é um dos fatores que podem levar a produção da KPC. As bactérias com esta enzima podem contaminar outras bactérias tornando-as também resistentes. Por isso é tão importante adotar o uso racional dos antimicrobianos", avisa a Dra. Giorgia.
Atenta a este problema, uma das medidas adotadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é a obrigatoriedade das farmácias e drogarias brasileiras de reter a receita médica na compra de antibióticos.
Nos hospitais, ambientes onde as superbactérias podem agir como oportunistas em pessoas que estão com a saúde muito debilitada, existem as Comissões de Con trole de Infecção Hospitalar (CCHI). Estas adotam políticas para evitar a transmissão dessas bactérias dentro do hospital.
"Precisamos conscientizar sobre a importância da higienização das mãos dos profissionais de saúde, dos visitantes e dos acompanhantes", finaliza a Dra. Giorgia.