Os impostos voltaram a ser atacados como responsáveis pelo custo dos serviços de telecomunicações no país, apontado pelas Nações Unidas como o mais alto do planeta. Ao discursar no Futurecom 2010, o presidente da Vivo, Roberto Lima, reagiu contra os resultados da pesquisa, defendeu o papel das empresas privadas no setor e apontou o dedo para a carga tributária, além de questionar premissas do estudo.

“É difícil entender as críticas de que somos alvo”, disparou, argumentando que antes das privatizações do setor os serviços de telecomunicações eram acessíveis somente à elite. Para Lima, “as pesquisas não consideram promoções e bônus, o que faz com que os resultados não reflitam a realidade”.

Longe de ser a primeira pesquisa a indicar que os serviços de telecom são caros no país, a mais recente foi divulgada há duas semanas pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), baseada em dados coletados pela Nokia.

Segundo o relatório da Unctad, o Brasil tem o plano de dados móveis mais caro entre os países emergentes - em uma lista que contém 78 deles -, com custo superior a US$ 120 (cerca de R$ 200) por mês. Logo após a divulgação, o SindiTelebrasil, que representa operadoras fixas e móveis, também criticou que o levantamento não refletia o perfil médio de utilização do serviço no país.

Para o presidente da Vivo, são os impostos que sobrecarregam as tarifas cobradas no Brasil. “Estamos em mais de 5 mil municípios. Sem a carga tributária, teríamos resultados ainda maiores do que alcançamos depois das privatizações”, afirmou.

E, pela primeira vez neste Futurecom 2010, um presidente de operadora comentou as críticas feitas à privatização do setor e o período estatal. "Temos que resgatar o orgulho de termos levado o serviço de telefonia para a população brasileira. Este é um dever do setor", destacou.