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Crimes virtuais atingem 19 pessoas por dia no Distrito Federal
   
     
 


12/09/2010

Crimes virtuais atingem 19 pessoas por dia no Distrito Federal
Crescimento do número de vítimas chega a 26%

Fábio Ciraulo comprou um DVD automotivo em uma loja virtual. A mercadoria, que tinha preço superior a R$ 1 mil, não foi entregue - (Marcos Serra/Esp. CB/D.A Press )  
Fábio Ciraulo comprou um DVD automotivo em uma loja virtual. A mercadoria, que tinha preço superior a R$ 1 mil, não foi entregue

A internet tornou-se um instrumento prático para pessoas que não têm tempo para executar tarefas simples do dia a dia, como ir ao banco pagar contas, fazer compras no supermercado e marcar uma consulta no hospital. Tudo isso pode ser feito em poucos minutos, sem sair de casa, por meio de um clique. No entanto, por trás de todas essas facilidades, existem riscos. De acordo com dados da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal, de janeiro a agosto deste ano, 4,6 mil pessoas foram vítimas de fraudes eletrônicas no Distrito Federal, uma média de 19 casos por dia. No ano passado, foram registradas 5,4 mil ocorrências dessa natureza, ou uma média diária de 15 ocorrências. O crescimento do número de vítimas chega a 26%.

Os números são alarmantes e o delegado responsável pela unidade, Carlos Eduardo Miguel Sobral, ressalta que as estatísticas podem ser bem maiores. “Nós ainda não temos as informações de todos os bancos. Com certeza, a quantidade de pessoas que já foram lesadas é bem maior do que temos registrado”, afirmou. Neste balanço não estão computados os crimes virtuais investigados pela Polícia Civil do DF este ano.

De 2008 para 2009, houve crescimento de 22% nas ocorrências relacionadas a este tipo de delito apuradas pela corporação. O chefe da Divisão de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia (Dicat), Sílvio Cerqueira, diz que diariamente recebe denúncias de usuários da rede mundial de computadores que tiveram suas senhas de bancos clonadas, foram enganados por estelionatários que anunciam produtos em sites de vendas, entre outros delitos.

O delegado elaborou uma cartilha para orientar o público a reconhecer situações de risco. Nela, o Cerqueira enumera os golpes mais comuns aplicados na rede. O campeão é o estelionato, que possui três modalidades. A mais comum é a compra fraudulenta. Nela, a vítima anuncia um produto em um site de leilão e o estelionatário — se passando por interessado de boa-fé — envia por e-mail uma falsa comunicação de pagamento. O vendedor remete o material ao endereço fornecido pelo criminoso e só percebe que foi enganado quando acessa sua conta-corrente e vê que o dinheiro não foi depositado.

Pagamento antecipado
 

Existem também falsos vendedores que anunciam um produto, mas só aceitam entregá-lo mediante pagamento antecipado. A vítima faz a transferência, mas nunca recebe o produto. Fazer transações financeiras pela internet com segurança é possível, desde que o usuário siga à risca algumas recomendações. “Para quem vai comprar alguma coisa pela internet, a primeira dica é correr do cara que só aceita pagamento por boleto ou depósito, principalmente se o nome do titular da conta do documento for diferente do nome do vendedor. Aí já existe um forte indício de fraude. Desconfie também de produtos muito abaixo do valor de mercado”, alertou o Sílvio Cerqueira.

Já para aqueles acostumados a executar transações bancárias pelo computador fica um alerta: nunca execute programas ou clique em links que acompanhem mensagens de e-mail, páginas de sites de relacionamento, comunicadores virtuais e outros, se não tiver a certeza de que o remetente é alguém conhecido. Quando a mensagem é de alguma instituição pública ou bancária, a atenção deve ser redobrada. “Normalmente chegam mensagens de e-mail, MSN, Orkut que oferecem programas anexos onde estão instalados programas espiões. É o tipo do e-mail com o título: ‘veja as fotos da festa’, ou ‘comunicado urgente’. Ao receber uma mensagem com esse conteúdo, a pessoa deve responder a três perguntas: É de alguém que eu conheço? Está me tratando pelo nome? O assunto é de conhecimento das duas partes?”, alertou o delegado.

Medo faz o consumidor ter cautela
 

O medo de cair nas armadilhas espalhadas pelo mundo virtual é o que leva grande parte dos usuários de internet a não comprar utilizando essa ferramenta. Uma pesquisa feita pela empresa de segurança Site Blindado revela que 30% dos internautas brasileiros não adquirem produtos pela rede mundial de computadores por temerem se tornarem vítimas de hackers. De acordo com o estudo, há 40 milhões de pessoas no país que utilizam o internet banking, mas apenas 17,3% são consumidores virtuais.

O analista de negócios da empresa Arthur Barretto explica que são vários os fatores que levam o usuário a evitar digitar informações pessoais em sites. Em primeiro lugar, está o receio de cair em fraudes. Depois, o consumidor considera outros aspectos, como imediatismo e, por último, gasto com o frete. “Mas maioria ainda opta por não utilizar a rede para comprar pela questão da segurança”, explica Barreto.

No entanto, ele elenca vantagens nas compras feitas sem sair de casa. “Primeiro, a comodidade. A pessoa não precisa pagar estacionamento, pegar trânsito e carregar o produto, além de poder comparar diferentes produtos em diversas lojas de forma mais rápida. Tudo isso está ao alcance com um clique”, ressaltou o analista de negócios do Site Blindado.

Ele diz que é preciso investir em segurança para vender produtos pela internet. “O brasileiro, por natureza, ainda não é acostumado a investir em segurança. Normalmente, só se preocupa quando é vítima de fraudes. Porém, em alguns casos, é irreversível. Conheço situações em que o empresário teve que fechar a loja virtual porque a imagem do website ficou muito fragilizada após sofrer ataques”.

Produto que nunca chegou
 

O advogado Fábio Ciraulo, 36 anos, comprou um DVD automotivo em março deste ano na loja virtual SBC Fast. Ele pagou mais de R$ 1 mil no aparelho, mas não recebeu o produto. “Prometeram enviar com 15 dias. Paguei o sedex para receber em 48 horas e nada. Quando os 15 dias venceram, recebi um comunicado de que o produto tinha sido faturado e me pediram mais 15 dias. Fiquei revoltado. Alguns dias depois, não consegui mais contato com ninguém e o site saiu do ar. Só não fiquei com o prejuízo porque o cartão de crédito cancelou as outras parcelas e me ressarciu a única que eu tinha pago”, contou. Depois da experiência, Fábio raramente faz compras pela internet. “Eu prefiro ir à loja, principalmente se for para comprar algo de alto valor”.

As instituições financeiras estão entre as maiores prejudicadas com os golpes virtuais. De acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as fraudes eletrônicas somaram cerca de R$ 40 milhões apenas no primeiro semestre deste ano. Desse total, 30% ocorreram por meio de crimes praticados por meio da internet. O diretor técnico da entidade, Wilson Gutierrez, ressaltou a necessidade da criação de uma lei que tipifique esta modalidade de delito.

Lei específica

Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei nº 84/99, que prevê alterações no Código Penal e tipifica 13 novos tipos de crimes, como difusão de vírus eletrônico, clonagem de senhas bancárias, falsificação de cartão de crédito e divulgação de informações contidas em bancos de dados. “Falta uma lei específica para punir com rigor quem pratica esses crimes que lesam milhares de pessoas todos os dias”, afirmou Gutierrez.

Ele destacou a preocupação dos bancos com a segurança nas operações. Em 2009, foram investidos R$ 1,94 bilhão em tecnologia da informação. Gutierrez pediu mais atenção dos usuários. “É importante ter sempre um antivírus atualizado e desconfiar sempre de e-mails sensacionalistas, pois eles podem esconder programas para capturar informações pessoais”.

Fonte: Correio Braziliense
Autor: Saulo Araújo
Revisão e edição: de responsabilidade da fonte

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