O jornalista Paulo Henrique Amorim ministrou a primeira palestra magna da 29ª Convenção Gaúcha de Supermercados, promovida pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).
Sobre o tema “Conjuntura e perspectivas econômicas”, Amorim destacou o papel do consumo feminino e do desenvolvimento tecnológico da agricultura como fatores importantes para levar o Brasil a figurar entre as próximas potências globais do século 21.
A Convenção acontece em conjunto com a Feira de Produtos, Equipamentos e Serviços – Expoagas 2010, maior do setor no Cone Sul, até quinta-feira, dia 26, no Centro de Eventos da Firegs, em Porto Alegre/RS.
Além da política econômica brasileira, que estabeleceu metas de inflação e alçou o Banco Central a um dos mais independentes do mundo, permitindo o controle e crescimento da economia, Amorim salientou a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho como um importante fenômeno social brasileiro. “Junto com a redução da natalidade, o maior acesso das mulheres a mais anos de educação permitiu a ascensão rápida de um número recorde de famílias à classe C, que chegou à casa dos 32 milhões de pessoas”, explicou.
O jornalista também pontuou como decisiva a criação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a consolidação do país como uma das principais forças agrícolas internacionais. “Temos a melhor tecnologia agrícola do mundo, responsável pelo crescimento da produção e da produtividade sem o aumento da área plantada. Um dos resultados disso é que a família brasileira gasta, em média, 18% de sua renda com alimentos, contra 45% em 1970”, disse.
Amorim reiterou a previsão do país como o principal fornecedor de alimentos no mundo nos próximos anos, além de sua atuação na produção de energias renováveis.
Esses e outros fenômenos, segundo Amorim, levaram o Brasil a um fato histórico: a transformação do país em uma sociedade capitalista de massa, onde a maior parte da população pertence à classe C. “Atualmente, as alterações econômicas são suaves, porque não se pode sair do trilho dos interesses da classe média, que está ditando as políticas das empresas e impulsionando setores como o do crédito, que passou a representar 40% do PIB e obrigou os banqueiros a ir à rua para suprir essa demanda e aproveitar a mobilidade social e crescimento do consumo também da classe D”, analisou.